O Presidente da República, João Lourenço, exonerou ontem, segunda-feira, 17, o Comandante-Geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, depois de ouvido o Conselho de Segurança Nacional. Para o seu lugar, foi nomeado e promovido Arnaldo Manuel Carlos, até então Director Geral do Serviço de Investigação Criminal.
Por: Matias Miguel
O Presidente da República, por decreto, promoveu o e nomeou o Comissário-Chefe de Investigação Criminal António Paulo Bendje, para o cargo de Director Geral do Serviço de Investigação Criminal; O Comissário de Investigação Criminal Pedro Lufunfula, para o cargo de Director Geral Adjunto do Serviço de Investigação Criminal.
Numa ronda feita pelo NA MIRA DO CRIME, populares em Luanda dizem desconhecer o actual Comandante-Geral da Polícia Nacional, Arnaldo Carlos, repescado da Investigação Criminal, e esperam que traga mudanças significativas, principalmente na segurança pública, enquanto outros aplaudem a exoneração de Paulo de Almeida, que dizem ser muito explosivo para o cargo que ocupava.
António Felício, de 29 anos de idade, funcionário público, é de opinião que a exoneração de Paulo de Almeida é bem-vinda, tarda apenas por ser tarde.
“O Comissário Paulo de Almeida demostrava ser uma pessoa de trato difícil e explosivo, usava um linguajar alheio ao cargo que ocupava. Não é normal e ético, para o Comandante-Geral da Polícia que no fundo é nosso pai, dizer que as crianças desmaiavam porque tinham fome, aquando da onda dos desmaios que se assistiu no país”.
Diniz Pedro disse que a antiga chefia da Polícia usava palavras muito agressivas, “disse recentemente que se os desordeiros virem com armas sofisticadas, a Polícia agiria com metralhadoras, e se virem com metralhadoras, nós viremos com canhões, chegou a chamar de feiticeiro um cidadão da Lunda, que nem se quer conhece, por exemplo”.
Arnaldo Carlos
“Arnaldo Manuel Carlos, é desconhecido de muitos, mas não de mim, não acredito que traga bons resultados, este homem é do gatilho, não tarda veremos muitas mortes no país, não o recomendaria para o cargo que ocupa. Conheço-o bem, o Comissário Arnaldo Carlos, é um funcionário antigo da DNIC, ele é da linhagem dos comandantes Quim Ribeiro, não acredito que venha demostrar grandes resultados, embora reconheço nele um certo grau de intelectualidade e calmia”, atirou Baulethe Afonso, estudante universitária, de 24 anos de idade.
Quanto a Paulo de Almeida, é de opinião que deixou muito a desejar.
“Ele usava expressões não adequadas para o cargo que exercia, ele é daqueles pessoas que pensa e diz, engole quem quiser engolir, aceita quem quiser aceitar”.
Jacinto Pinto diz ter pouco a dizer sobre o novo Comandante-Geral “por ser um desconhecido”.
“Espero que não seja uma troca por trocar, esperemos para ver o que trará de novo para nos oferecer. A delinquência em Angola e sobretudo em Luanda atingiu níveis incalculáveis nos últimos anos”.
Tadeu Monteiro, de 40 anos, diz que o Paulo de Almeida não deixará recordações, e não fez nada de novo.
“Por incrível que pareça, a marginalidade não era tanta como nos dias de hoje. Tendo em consideração o custo de vida, ainda assim não se justifica os níveis de delinquência que atingimos hoje, o poder é para ser exercido, Paulo de Almeida o que tinha de bom é a língua, falava mas do que fazer”.
CONHEÇA A BIOGRAFIA DO NOVO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA NACIONAL
Arnaldo Manuel Carlos é filho de Manuel Carlos e de Alcinda Canzengo, nasceu no município do Libolo, província do Cuanza Sul, aos 04 de Janeiro de1967, solteiro.
Ingressou na Polícia Nacional no dia 05 de Maio de 1986;
FORMAÇÃO ACADÉMICA
Arnaldo Manuel Carlos é Licenciado em Direito e Doutorado em Ciências Policiais e Criminais
FUNÇÕES EXERCIDAS
Já exerceu várias funções de grande responsabilidade a nível do Comando Geral da Polícia Nacional e do Ministério do Interior: • Oficial de Planificação, de 1986 a 1991; • Chefe do Sector de Planificação e Controlo, em 1993; • Chefe do Departamento de Organização e Controlo, em 2005; • Director Nacional Adjunto de Ordem Pública, em 2010; • Director do Gabinete de Estudos, Informação e Análise da Polícia Nacional, em 2015.
•Comandante Provincial da Polícia Nacional e Delegado do MININT Huíla 2016/2019 •Director Geral do Serviço de Investigação Criminal de 2019/2022
ACÇÕES FORMATIVAS • Curso básico de Polícia, feito na Escola de Polícia “Mártires de Kapolo” de 1985 a 1986; • Curso de Polícia de Segurança Pública, feito no Instituto Superior de Segurança Pública na República Checa, 1988 a 1991;
• Curso de concepção de Operações de Manutenção de Ordem Pública, feito em 2005 na República Francesa; • Curso de Observador Policial das Nações Unidas, feito no Reino da Espanha em 2006; • Curso de Formação Pedagógica de Formadores, feito em Portugal; • Curso de Gestão de Grandes Eventos e de Gestão de incidentes Táctico Policiais, feito em Portugal em 2008; • Participação em vários seminários e reuniões de nível internacional, realizados no País e no exterior. O Comissário, Arnaldo Manuel Carlos é, também, Docente Universitário, lecionando as cadeiras de Direito Processual Penal e Direito Comparado.