Funcionários da empresa de sumo Regal alertam para falta de qualidade do produto
Mais de setecentos trabalhadores da fábrica de sumos “Regal”, localizada no município de Cacuaco, ao longo da Via Expressa, acusam a entidade empregadora, lidera pelo chinês Lindon Dfu, de não firmar contratos com os funcionários, bem como usar produtos expirados para fabricação do sumo.
Por: Matias Miguel
“O chinês para além de humilhar o angolano, maltratar o angolano, porque somos mão-de-obra barata e não há lei que nos protege, ainda dá se o luxo de mandar fabricar o próprio sumo que o angolano consome, com produtos duvidosos, alguns expirados”, denunciou um grupo de trabalhadores da empresa, que procurou a redacção do NA MIRA DO CRIME.
“Estamos aqui pela maioria, o chinês como é uma pessoa de posse, e sabe que é intocável, porque é sócio de um general, expulsou a comissão sindical que noutrora defendia os interesses dos funcionários”.
De acordo com os funcionários, o cidadão chinês, também apelidado por “João Chinês”, de aproximadamente 40 anos de idade, é tão astuto que não aceita firmar contratos escritos.
“Quando a empresa atinge a produção que ele considera boa, suspende às actividades e manda os funcionários para casa, por num período de dois meses. Quando regressamos, é como se estivéssemos a começar do zero, começamos a receber outra vez os 30 mil Kwanzas, para depois de algum tempo subir para 38 mil Kwanzas”, denunciou, referindo que o círculo é o mesmo até se atingir a produção que lhe satisfaz.
Estrutura improvisada
Os funcionários dizem ainda que a própria estrutura fabril não oferece condições, “é toda feita de chapas e ferros, o Wc é uma lástima, no interior da mesma vivem cerca de 50 chineses, em perfeitas condições, como somos angolanos e não merecemos nenhuma consideração, dormimos num chão húmido, porque o local antes saía água salobra”.
Trabalhadores não aconselham o consumo da bebida Regal
De acordo com os queixosos, o “Sumo Regal” é de qualidade duvidosa, “na maioria das vezes eles misturam produtos expirados com os bons, para aumentar a produção, procuram só visitar o laboratório, os dormitórios e a sala onde comemos, porque refeitório é a outra sala onde comem os chefes chineses, assim, como as cozinhas, uma para os cães e outra para o dono dos cães é assim mesmo”, lamentaram.
De acordo com o grupo, o pessoal que trabalha nos fornos fazem-no sem qualquer equipamento, “neste momento temos dois jovens engessados, um caiu na panela com água quente e queimou as duas pernas, mandaram-lhe para casa com cinco mil kwanzas, o outro queimou uma perna e as duas mãos e foi entregue a sua sorte”, denunciaram, acrescentando que, estes acidentes só aconteceram porque o patrão exigiu que se fizesse soldaduras, quando o pessoal do forno fazia o seu trabalho.
“Eles não permitem que uma área pare, só porque a outra esta a executar trabalhos numa determinada zona”.
De acordo com os nossos entrevistados, a empresa tem cerca de 700 funcionários, distribuídos em três turnos.
Empresa em silêncio sepulcral
A Nossa equipa de reportagem manteve o contacto com um dos representantes da empresa para se atestar a veracidade da informação. No entanto, passados cerca de 30 dias, a empresa foge o rabo a seringa.