Atrás das grades: 9 bilionários e ex-bilionários que já foram presos
Quando isso ocorrer, certamente este não será o primeiro ou o último super-rico a ficar atrás das grades. Seja em uma prisão de segurança máxima no Colorado ou em um campo de trabalho russo, pelo menos uma dúzia de bilionários e ex-bilionários cumpriram pena. Outros fugiram para evitar o destino.
Dos 10 ricaços listados abaixo, quatro, incluindo Thomas Kwok e Michael Milken, mantiveram suas fortunas, enquanto outros cinco, como Raj Rajaratnam e Allen Stanford, perderam suas riquezas. Stanford e Joaquín Guzmán Loera ainda estão presos e todos os patrimônios líquidos datam de 23 de janeiro de 2020.
Allen Stanford
Tempo na prisão: 10 anos de 110 de sentença
Patrimônio líquido: saiu da lista de bilionários em 2009
Em 2009, Stanford foi indiciado por administrar um esquema de ponzi de USD 7 bilhões por meio do Stanford International Bank em Antígua, onde é cidadão. Foi negada a fiança. Ele é o segundo maior fraudador do esquema depois de Bernie Madoff. Em 2012, foi condenado a 110 anos atrás das grades por fraude eletrônica e de correspondência, obstrução de investigação e conspiração para cometer lavagem de dinheiro. Ele foi obrigado a pagar uma sentença em dinheiro de USD 5,9 bilhões, destinados em parte a vítimas de seus crimes.
Crimes sem punição: 6 casos de bilionários que conseguiram escapar da lei
Na noite de 29 de dezembro, Carlos Ghosn, o rico ex-CEO da Nissan, escapou ousadamente da prisão domiciliar monitorada pelo tribunal no Japão, supostamente se escondendo em um local normalmente destinado a equipamentos de áudio em um avião particular que eventualmente o levou a Beirute, Libano. Ghosn não é bilionário –seu patrimônio vale USD 100 milhões–, mas seu desejo pela liberdade faz lembrar casos de bilionários e ex-bilionários que cometeram crimes, fugiram e escaparam da lei.
Marc Rich
Histórico: Nascido na Antuérpia (Bélgica) e criado na Filadélfia e em Nova York, Rich foi da NYU (Universidade de Nova Iorque) direto para a corretora Philipp Brothers em 1954. Ele saiu da companhia 19 anos depois, irritado com um bônus não pago de USD 1,5 milhão para começar o seu próprio negócio, que, naturalmente, ele batizou como: Marc Rich & Co. Ele apareceu na primeira Forbes 400 em 1982, com um patrimônio líquido estimado em cerca de USD 200 milhões.
A trama: após a crise dos reféns no Irão, Rich desenvolveu um esquema complexo que envolvia negociações de petróleo com o aiatolá, violando as sanções dos EUA contra Teerão.
Consequências: Rich fugiu de Nova York para a Suíça em 1983, no mesmo ano em que um jovem promotor em Nova York chamado Rudy Giuliani entrou com mais de 60 acusações contra ele, incluindo fraude, invasão de imposto de renda, extorsão e quebra do embargo colocado ao Irã.
Rich não foi muito afetado por tudo isso. De acordo com uma história da “Fortune” que o FBI anexou ao seu dossiê, um ano depois de chegar à Suíça, ele fez uma festa comemorativa em um novo restaurante que possuía, onde autoridades locais jantaram com sopa de rabo de boi e uma banda de metais feminina tocou. Ele morava em St. Moritz, a opulenta estação de esqui, onde “as mulheres estavam… ‘lendo Forbes’, você sabe, procurando um marido”, lembrou a ex-mulher de Rich, Denise.
Ele continuou a administrar os seus negócios – hoje a Glencore – nos anos 1990, quase encurralando o mercado soviético de petróleo, cobre e níquel até a cortina de ferro cair. Esses esforços valeram a pena: Rich entrou na lista de bilionários em 1999, com um patrimônio líquido de USD 1 bilião.
Laços de família: supunha-se que as conexões da ex-mulher de Rich Denise Beltway como arrecadadora de fundos políticos abrissem o caminho para o presidente Clinton perdoar Rich em 2001, uma decisão que desencadeou em uma investigação no Congresso. (Eventualmente, não se encontrou nenhum delito criminal.) Depois que Clinton limpou seu nome, Rich tentou reabilitar sua imagem, doando mais de USD 100 milhões para causas judaicas e pesquisas sobre leucemia antes de sua morte em 2013, aos 78 anos.
Forbes