Família da zungueira que morreu electrocutada abandalhada pelo GPL e a ENDE
Os familiares de Alice Cambungo, Zungueira de 48 anos de idade, que morreu electrocutada no dia 16 de Março do ano em curso, no distrito urbano das Ingombotas, município de Luanda, quando tentava passar por um charco de água que estava junto a um poste de iluminação pública, depois fortes chuvas, clamam por ajuda
Por: Domingos Miguel
Nos dias de hoje, no seio das famílias angolanas, às mulheres têm sido o sustento de muitos lares, na sua maioria são mulheres zungueiras que se sacrificam para dar de comer os filhos.
Esta jornada que começa às primeiras horas do dia e que tem como principal tarefa girar vários bairros da cidade Capital, nem sempre termina com o pão na mesa das crianças.
No lar de Alice Cambungo que perdeu a vida quando zungava no centro da cidade, às dificuldades apertaram.
Em entrevista exclusiva ao Na Mira do Crime, Jorge António Manuel, viúvo da zungueira, visivelmente abatido, conta que falta tudo no lar.
“Infelizmente a ENDE e o Governo Provincial de Luanda fogem responsabilidades pela morte da minha esposa, e por conta da morte dela, nos últimos dias temos passado por inúmeras dificuldades, porque estou desempregado, e a minha esposa era até então o sustento da família”, lamentou.
“Quando a minha esposa morreu, a única ajuda que recebemos foi da administração das Ingombotas que ofereceu 100 mil kwanzas, e no dia do funeral trouxe um saco de arroz, fuba, uma caixa de óleo, dois kilos de açúcar, dois de sal e água mineral”, lembrou.
No entanto, passado quase um mês, lamenta o silêncio ensurdecedor de duas instituições que deveriam ter alguma coisa a dizer.
“Infelizmente a ENDE que se responsabiliza pela energia em Luanda e o GPL que tem alguma responsabilidade na iluminação pública, e porque a minha esposa morreu, com certeza, por alguma falha técnica dos funcionários destas empresas que não devem ter isolado bem os cabos, continuam a pensar que foi apenas uma zungueira, e que a vida dela não merece muita atenção”, chorou.
ENDE expressamente proibida de se pronunciar sobre o caso
A nossa equipa de reportagem contactou o Gabinete de Comunicação e Institucional da ENDE, e fomos informados que o gabinete esta expressamente proibido de voltara a se pronunciar sobre o assunto, por supostas ordens superiores.
"O GPL e a ENDE realizaram uma conferência de imprensa nos recuados dias para o esclarecimento do ocorrido, e depois foi silenciado os dois órgãos por ordens superiores", foi exactamente nesses termos que fomos informados.
O Na Mira do Crime sabe que a família da malograda já constituiu um defensor público (advogado) e que nos próximos dias pode abrir um processo-crime contra as duas instituições.
A malograda, que residia no município do Cazenga, deixa seis filhos, dos quais três menores de idade.