Governador de Benguela interrompe campanha de vacinação contra a COVID-19 por motivos partidários
O governador de Benguela, Luís Nunes, interrompeu uma campanha de vacinação contra a COVID_19, por dois dias, para permitir a sua eleição para o cargo de Primeiro Secretário do MPLA, em substituição de Rui Falcão. População benguelense não gosta e pede mais respeito.
Por: Lito Dias
Como se fosse o reeditar de alguns casos vividos na era do anterior Presidente da República de Angola, em que por causa de um comício partidário popular, como as instituições do Estado eram obrigadas a paralisar os seus trabalhos, Benguela viveu, na última semana, um caso insólito, se tivermos em conta o valor da vacinação contra a Covid —19.
O Executivo angolano, na pessoa do titular, João Lourenço, criou um programa de vacinação que, em princípio, deve ser implementado dentro dos prazos próprios. No entanto, como se de legítimo se tratasse, os organizadores da conferência provincial do partido no poder, "sacrificaram a população — alvo das vacinas, durante dois dias, para eleger o cidadão Luís Nunes para o cargo de dirigente máximo do partido no poder na terra das acácias rubras.
Falando à Rádio Ecclésia, o veterano jornalista, Ramiro Aleixo, considerou a atitude do MPLA como grave e arrogante.
"Não se pode desmontar toda a logística montada para aplicar uma vacina para eleger o primeiro secretário do MPLA. Para nós sociedade significa que continua patente a arrogância de um partido que se confunde com o Estado ", referiu.
A vacinação da população, adiantou, é a acção mais importante que deve se realizar no país, em termos de segurança pública.
O professor Gabriel de Sousa disse ao na Mira do Crime, que defende a "remoção" deste pensamento que alguns dirigentes partidários nutrem, em quererem brincar com as instituições a seu bel—prazer. O docente sugere que entre o Presidente da República e os seus principais colaboradores haja maior sincronia, para que a população perceba melhor o discurso oficial, e não identifique grande fosso entre o que se diz e o que se faz".