Exploração de comerciantes leva Grupo Castle a tribunal
Cerca de 14 comerciantes, afectos ao Grupo Castle, empresa que explora as cervejeiras Nocal, Cuca e Eka acusam este grupo que detem o monopólio das cervejas em Angola de explorar os revendedores das marcas acima descritas, tendo esta acção levado ao encerramento das suas lojas e forçado o desemprego de centenas de trabalhadores.
Por: Matias Miguel
Henriques Resceni, empresário e proprietário dos armazéns Margarita Comercial e Jest Comercial e mais 13 comerciantes do mesmo ramo foram obrigados a fechar os seus armazéns por considerarem que a gestão do Grupo Castle explora os comerciantes no negócio tão logo conseguiu ter em sua mão, o monopólio das cervejas do país, a controlar a Nocal, Cuca e EKA.
Em exclusivo ao Na Mira do Crime, Henriques Resceni, visivelmente agastado com o Grupo Castle desabafou nos seguintes moldes:
“Fechamos as portas e estamos falidos devido aos métodos de gestão do Grupo Castle, que é bastante danosa. Fez-nos perder muito dinheiro e todas as empresas estão em falência técnica”, explicou, para depois acrescentar que, pelo menos, 14 destas empresas foram obrigadas a encerrar as portas e colocar no desemprego centenas de funcionários.
Segundo disse, entraram neste negócio com capital próprio, mas constataram que a aplicabilidade favorece apenas ao Grupo Castle em prejuízo aos comerciantes.
“Todos os meses que vendes só colhes perdas e quem dita os preços são eles. Passamos de simples revendedores a empregados deles”, sublinharam, garantindo que é uma escravidão autêntica.
“Engendraram uma manobra que te leva a pensar que te dão bônus ou crédito o que não é verdade. O Grupo Castle está a destruir a economia nacional e as famílias angolanas. O Estado deve tomar conta disso, principalmente porque em termos de questões fiscais o Estado está a perder dinheiro”.
Processo em tribunal
De acordo com Henriques Resceni os comerciantes levaram o processo em tribunal. “O processo está a correr os trâmites legais e acreditamos na nossa justiça, porque ficou provada a prática criminosa e falta apenas a sentença”, contou, esperando apenas que as empresas sejam indemnizadas para seguirem o seu trabalho de forma normal.
Em busca do contraditório, o Na Mira do Crime foi a direcção do Grupo Castle, mas não foi bem sucedido, pois, ao contactar a direcção sobre o assunto, a recepcionista recebeu um ralhete de uma mulher com tom arrogante, dizendo que o Grupo Castle não está interessado e nem dispõe de tempo para falar sobre isso.
Entretanto, o Na Mira do Crime vai continuar a acompanhar este caso e coloca-se à disposição para eventuais esclarecimentos do Grupo Castle.