Negócio ‘invadido’ por estrangeiros: Governo perde controlo do preço do pão
O pão, principal alimento para muitas famílias angolanas, ficou mais caro desde o ano passado, momento que o Governo de Angola, deixou de importar a farinha de trigo passando pela produção nacional.
Por: Matias Miguel
O negócio do pão tornou-se exclusivamente para estrangeiros, maioritariamente senegaleses, libaneses e malianos. Ao contrário do que se espera, o pão deixou de ser barato e ir ao alcance do bolso de cada chefe de família.
Numa ronda efectuada pelo Mira do Crime para aferir os preços e o tamanho do pão, este Portal apurou que um pão pequeno, do tamanho de um soco, o preço varia de local a local.
No supermercado Alimenta Angola, por exemplo, o pão é comercializado ao preço de 50 kwanzas, ao passo que no Candado o mesmo pão custa 45 kwanzas.
Na Ango'Mart custa 35 kwanzas, mesmo valor que é feito nas lojas da Maxi. Entretanto, nas padarias dos malianos 3 pães custam 100 kwanzas e na Ferrari 4 pães custam 100 kwanzas.
Como se pode notar, nas contas acima, existe disparidade de preços entre os comerciantes, o que torna o bolso do cidadão cada vez mais apertado. Se notarmos o tamanho do pão, observamos outra disparidade, sendo que, hoje por hoje, uma criança de 5 anos é capaz de comer dois ou três pães pelo seu tamanho bastante reduzido.
Estado chamado a intervir...
O alerta vai para quem é de direito. Para os cidadãos, a que se pôr ordem no circo, principalmente, numa altura que o povo está faminto. Todos os dias abrem-se novas padarias. O pão deixou de ter a qualidade desejada e ficou mais pequeno, por este facto, o pão já mereceu vários nomes: suja chão, pão carcaça, pão soquinho e até mesmo pão bolinho.
A farinha de trigo, principal produto para a feitura do pão, o saco passou de 16 mil a 22 mil e 800 em um ano.
“No ano passado comprávamos o saco de trigo importado a 16 mil Kwanzas. Em função das restrições impostas na importação do trigo, com a medida do governo que estabelece, a produção nacional, hoje adquirimos o saco de trigo a 22 mil e 800 Kwanzas”, explicou o proprietário de uma padaria que preferiu não ser identificado, sublinhando que, a esse valor é acrescido ainda outros encargos como IVA, o óleo, fermento, sal/açúcar, água e energia eléctrica, o que os obriga a uma dinâmica para sobrevivência.
“Não é nossa vontade encarecer o preço do pão, mas são as políticas que o governo tem estado a gizar que está a tornar o pão mais caro”, enfatizou.