Depoimentos de declarante compromete ex-administradora do Songo
Trata-se de Neucêncio Dikuiza, gerente da empresa Madalena Quitanda, Lda. Na instância do tribunal, o declarante confirmou que a sua empresa recebeu, em 2018, uma primeira tranche de 3 milhões, 330 mil 870 kwanzas, destinados à reabilitação de um posto de saúde numa das localidades do município. O trabalho não chegou a ser concretizado, por alegada morosidade na alocação daquele montante.
Questionado pelo juíz da causa sobre o destino dado ao dinheiro, Neucêncio Dikuiza disse ter recebido uma orientação da agora ré Adelina Figueiredo Alexandre Pinto, nas vestes de administradora municipal do Songo, para levantar os valores e entregá-los, a si, em mãos, mas sem apresentar qualquer nota de entrega dos valores.
Consta ainda do processo que a referida empresa recebeu, igualmente, no final de 2018, um montante de 1 milhão 446 mil 875 kwanzas, destinados à prestação de serviços da festa de "Natal infantil e dos idosos." Este serviço também não chegou a ser concretizado, por razão de atraso na recepção dos valores.
Neucêncio Dikuiza declarou ainda ter efectuado levantamento dos referidos valores e entregue à ré, mas também sem qualquer documento de entrega. Apenas foi feita uma factura simulada de prestação de serviços.
Eduardo Francisco, outro declarante no mesmo processo, assumiu ter assinado uma factura de 2 milhões e 500 mil kwanzas, em nome da empresa FIL Comercial, como justificação da suposta aquisição de material de electricidade.
Noutro momento, o tribunal ouviu o declarante Domingos João Manuel, canalizador de profissão. Este também confessou ter assinado uma factura com valores que rondam a dois milhões em nome da mesma empresa, sob a orientação da ré, como justificativa de suposta aquisição de material de canalização e manutenção dos geradores dos sistemas de água.