Vem aí a força ‘anti-vandalização’ dos bens públicos
O país está a viver uma praga de vandalização dos bens públicos que, tal como referiu o Chefe da Casa Militar, General de Exercito na Reforma, Francisco Pereira Furtado, fere a segurança do país e provoca danos consideráveis à economia nacional.
Por: Lito Dias
Esta visão não é nova; o que é novo é a garantia do governante de se criar medidas para travar o fenómeno com o envolvimento das forças da ordem e segurança, como se estas não soubessem que era sua responsabilidade.
Pode admitir-se que existe uma iminente falta de consciencialização dos cidadãos sobre a necessidade da conservação dos serviços colocados à sua disposição, associada a débil educação.
Do mesmo modo que se admite que a fome e a pobreza também podem propiciar estes actos a todos títulos condenáveis.
A vandalização dos bens públicos, em Angola, pode comparar-se à venda ilegal de combustível: quase sempre são apanhados os prevaricadores, mas o negócio continua. Ou seja, o mal não está sendo cortado pela raíz.
Se em relação aos combustíveis há um fornecedor, quanto aos metais, há um comprador.
As novas medidas que o Executivo pretende tomar para travar o fenómeno só serão eficazes se se expurgar o método actual de lidar com o vandalismo.
De um tempo a esta parte, os principais serviços informativos das televisões de Angola passam relatos, à escala nacional, de furtos e roubos de cabos eléctricos, de peças de fábricas, de carteiras, de caminho-de-ferro e também algumas infra-estruturas.
Sendo crimes bem tipificados, a Polícia Nacional e os órgãos judiciais têm feito o seu trabalho, sem necessidade de recorrer a métodos mais sofisticados nem a forças especiais.
Mas as palavras de Francisco Furtado, proferidas na quarta-feira, 29, segundo as quais, "esperamos que nos próximos dias, haja uma resposta adequada das forças da ordem e segurança", mostram claramente que o combate à vandalização não tem sido bem feita, pelo que é preciso reforçar.
Mostra também que o combate à vandalização de bens públicos tem sido feito de forma desregrada.
Daí, as palavras do Chefe da Casa Militar do PR, segundo as quais, "o Estado tem de impôr regras e pôr as coisas nos seus devidos lugares".
Este Jornal procurou saber os meandros do negócio, desde a tipificação do metal, pesagem à consequente venda e descobriu que há uma mão (in) visível que inibe a identificação da proveniência do material.
"Apareciam alguns efectivos da polícia que controlavam, mas agora essa frequência diminuiu", revelou um funcionário, para quem o chefe, às vezes, dá uma 'gasosa' e eles vão embora.
Para quem pensa que as coisas vão processar-se de modos a facilitar a venda do material vandalizado, aí está o aviso do Chefe da Casa Militar do Presidente da República:
vamos orientar as medidas concretas a serem tomadas a partir de agora e espero que daqui em diante, os mentores desses actos sejam responsabilizados.