Pré-Campanha: Dinho Chingunji trabalha para assegurar pequenez diante dos gigantes
Numa altura em que as principais forças políticas estão embaladas, no que diz respeito à preparação para eleições de 24 de Agosto, Dinho Chingunji e o seu partido, NJANGO parecem estar a ver navios. Ou seja, estão mais na praia do que nas ruas, onde os símbolos partidários de outros concorrentes já disputam espaços.
Por: Lito Dias
Sem histórico político que chame interesse de quem deambula pelas lides políticas, Dinho Chingunji tem poucos dias senão horas para mostrar que o seu projecto político é para levar a sério.
As tradicionais forças políticas já disputam espaços para a colocação dos seus símbolos nas zonas nobres e nas principais avenidas.
No entanto, para além da sua legalização pelo Tribunal Constitucional, nada mais se vê que demonstre surgimento de novos partidos, dentre os quais o NJANGO e o Partido Humanista de Bela Malaquias. A questão que se coloca é se falta dinheiro ou falta dinamismo político.
O Executivo já disponibilizou pouco mais de 80 milhões de Kwanzas para a pré-campanha, sobretudo para ajudar a organizar processos de candidaturas a deputado.
Não sendo pouco dinheiro, se tivermos em conta a finalidade do mesmo, é lógico que sobrem algumas migalhas ou uma boa parte que pode ser usada para outras questões, onde se poderia incluir, por exemplo, a feitura do material de propaganda.
Acontece, porém, que numa altura em que faltam poucos menos de 50 dias, o eleitorado vai se deparando com uma outra lona com o rosto de Dinho Chingunji, e procura saber de quem realmente se trata.
Diga-se, ele não é conhecido nem as cores do seu partido são conhecidas, atribuindo-se uma tremenda pequenez, em relação os outros.
Não será de todo errado dizer que ele não tem circulado nas ruas de Luanda para aferir a sua presença. Quando é que começa a pré-campanha de Chingunji ou, de outra forma, quando será lançada.
Os símbolos do NJANGO só serão conhecidos quando começar a campanha eleitoral propriamente dita?
Estas são questões que terá de enfrentar, enquanto continuar letárgico aos olhos do eleitor.
O Estado perde dinheiro com o financiamento dos partidos políticos e coligações partidárias. No entanto, alguns desses actores fazem tudo menos política.
Quanto à falta de acutilância, as contas são fáceis. O jovem Nfuka Muzemba, antes mesmo de apresentar o seu projecto político "Esperança", já fazia viagens pelo interior do país e também na diáspora, fazendo-se conhecer. E Dinho não mexeu nenhuma palha.
Este político não terá estudado a melhor forma de fazer política, porque as campanhas silenciosas não colhem em processos eleitorais.
O projecto "Esperança" não transitou para partido político, mas o seu percussor já era relativamente conhecido.
Voltando a Dinho Chingunji, importa referir que teve muito tempo para se preparar, até primeiro que Quintino Moreira.
Só que este, teve a fácil missão de reabilitar a sua Nova Democracia -União Eleitoral, que ajudou a criar e extinguir.
Quando Chingunji diz que espera obter, pelo menos oito deputados, é sinal de que ele vê a política como um bicho de uma cabeça, mas não é. Fazer política, em Angola, é mais difícil do que em qualquer outro país da SADC.
Pergunte o próprio Quintino Moreira, cujo partido não foi capaz de eleger um deputado, mesmo depois deste ter viajado o país inteiro, espalhando a sua mensagem e lágrimas. Pergunte, também, o PRS e FNLA que, depois das eleições de 1992, nas últimas só vêm perdendo assentos Parlamentares.