NOTA NEGATIVA: Abaixo a violência pós-eleitoral e viva a paz, democracia e a unidade nacional
A violência só causa dor, sofrimento, destruição e não leva a lugar algum. Mesmo quando se pensa que se atingiu o “objectivo” usando a violência, depois paga-se uma factura muitíssimo cara que resulta no sofrimento do pacato cidadão
Por: Na Mira do Crime
As eleições gerais realizadas em Angola no dia 24 de Agosto do ano corrente, segundo a opinião pública nacional e internacional, “decorreram com respeito da igualdade do sufrágio universal e em conformidade com os princípios democráticos consagrados na Constituição da República de Angola”.
Embora se realce que há “alguns aspectos a melhorar” na “gestão do processo eleitoral” e haja quem não concorde com os resultados provisórios anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) que dão vitória ao partido MPLA e se proteste por isso, nada justifica que se criem distúrbios, que se assuste as pessoas e interrompam os seus afazeres do dia a dia, impedindo-os de ganhar o pão dos seus filhos, que se violente os cidadãos por causa das suas simpatias políticas ou partidárias, que se vandalize os bens públicos, enfim, que se aleije e se mate pessoas gratuitamente, por causa de decepções, de fúria causada pela frustração, porque o nosso “clube desportivo”, a nossa “causa” ou o nosso “partido político” não atingiu a meta preconizada.
Perder não significa morrer e os Mais Velhos nos ensinaram que “enquanto há vida há esperança”.
Não fica bem para o Povo Angolano, é uma “Nota Negativa” por demais, é triste o que se tem assistido um pouco por toda Luanda, com jovens, maioritariamente, a causarem distúrbios, a agradirem pessoas na via pública, a exibirem-se de forma agrssiva com armas brancas, catanas, ferros, paus e pedras, alegando suposta manipulação dos resultados eleitorais a favor do MPLA.
Depois de um dia em que a votação decorreu de forma ordeira e pacífica em todo o país, salvo alguns incidentes causados por alguns irresponsáveis aqui e ali, logo a seguir ao anúncio dos resultados preliminares dando vitória ao MPLA, instalou-se um ambiente de tensão em algumas zonas da capital.
Alega-se que a confusão esteja a ser efectuada por elementos ligados à UNITA, que não se conforma por ter perdido as eleições. Embora o líder deste partido, Adalberto Costa Júnior, tenha feito apelos para que os seus militantes e a população em geral se mantenha calma, respeite a lei e as autoridades, muitos indivíduos, uns frustrados e outros que querem desestabilizar para tirar proveito da situação, continuam com os actos subversivos, criando intranquilidade e deixando a população amedrontada.
Segundo um analista, a UNITA é acusada de estar por trás destes actos, repugnáveis, fruto das alianças que fez. “Admite-se que entre os militantes do Galo Negro, há muitos outros ligados a diversos grupos como os ditos “revús” e até marginais, que estão a causar vandalismo, em nome de uma prometida “mudança” que não terá acontecido como almejavam”, referiu, acrescentando que, “quem fica mal na fita é a própria UNITA”.
Há a realçar que a UNITA, em conferência de imprensa, realizada na tarde de quinta-feira (25), apresentou resultados da sua contagem paralela, que embora contradizendo os resultados provisórios avançados pela CNE, também dão vantagem ao MPLA, mas, com uma diferença muito reduzida.
De acordo com a UNITA, em função da contagem paralela das actas sínteses em sua posse, o MPLA aparece na frente com 47,99%, enquanto ela própria somava 38,09%. Por este motivo não concorda com os resultados avançados pela CNE.
Afinal, de acordo com dados de outras fontes, o MPLA perdeu um milhão de votos face a 2017 e a UNITA ganhou mais de um milhão, que é uma grande subida e elegeu deputados em 17 das 18 províncias, obtendo ainda uma vitória histórica na praça eleitoral de Luanda, a maior do país, conseguindo cerca de três milhões de votos, enquanto em 2017 teve 1.800.860 boletins favoráveis.
Além desta mudança de votação, há o registo de uma menor afluência de votantes, ou seja, alguns milhões de angolanos não foram votar nas eleições gerais de quarta-feira (24) apesar de o universo eleitoral ter aumentado mais de 55 por cento, passando de 9,22 milhões para 14,4 milhões de eleitores.
Em 2022, com um caderno eleitoral substancialmente superior, verificou-se uma abstenção de 56% quando, em 2017, data da primeira eleição de João Lourenço, a abstenção foi apenas de 23,5%.
Nesta óptica não há razão para conflito, violência, confusão gratuita. Todos partidos políticos, principalmente o MPLA e a UNITA, têm o sagrado dever de moralizar os cidadãos angolanos, de preservar a Paz, a Concórdia, a Harmonia e a Unidade Nacional.
Novos desafios se avizinham, o que significa que é imperioso que se mantenha o foco para as autarquias. Assim é o jogo democrático. Vamos juntar as nossas ideias, as nossas forças, as valias de cada um numa união em prol da nação e de todo Povo Angolano e viva a Democracia, viva a Paz, viva Angola!