NOTA POSITIVA: Angolanos satisfeitos pela abertura do PR à oposição
Para quem circulou na manhã de sexta-feira (07) na cidade de Luanda e suas periferias, sentiu que o ar estava mais respirável, menos pesado, em relação ao que se tem sentido nos últimos dias, depois das eleições gerais de 24 de Agosto último.
Por: Na Mira do Crime
Pairava no ar uma sensação de intranquilidade, de angústia e medo, pelo ambiente de contestação política derivado das suspeições que envolveram o processo eleitoral e atingiram o auge com a divulgação dos resultados definitivos que deram vitória ao MPLA e ao seu líder João Lourenço.
Entre tudo o que foi propalado, destacou-se a conduta adversa (bastante criticada) do Chefe de Estado reeleito em relação à oposição, principalmente a UNITA, que foi descrita como uma forma de intimidação aos seus adversários políticos e, também, à sociedade em geral, alegadamente associada a um espı́rito exacerbado de conservação do poder.
A sensação de insegurança na sociedade aumentou com a colocação das Forças Armadas em estado de “elevada prontidão combativa” e o intenso patrulhamento policial e militar nas ruas, sobretudo de Luanda, que fazia prever algo potencialmente mais perigoso que poderia afectar tragicamente a população.
Contrariamente ao que se aventava em determinados meios, a UNITA, ou seja, a oposição no geral, tomaram os seus assentos no parlamento e os líderes assumiram os seus lugares no Conselho da República, situação que gerou críticas por parte de detractores e de indivíduos que queriam ver Angola a mergulhar num novo caos com derramamento de sangue.
Enquanto isso, a conduta pós-eleitoral da UNITA e a “flexibilidade” do seu líder, Adalberto Costa Júnior, ao abdicar de posições musculadas e enveredar para a participação nas instituições e eleger o diálogo como o meio de fazer valer os seus direitos e preservar a paz, a harmonia e unidade nacional, além de ser considerada uma posição digna e responsável, foi vivamente elogiada pela comunidade internacional.
Porém, a Nota Positiva da semana, e de todo o processo eleitoral, antes e após pleito, que surpreendeu tudo e todos na semana que ora finda, que está a devolver a paz e a tranquilidade à sociedade angolana e faz com que os cidadãos, as famílias, voltem a respirar aliviados, é a audiência de quinta-feira (06) que João Lourenço concedeu a Adalberto Costa Júnior.
Mais que nunca, a presente realidade polı́tica e social de Angola precisa do espı́rito de diálogo e abertura.
Como já foi dito em outro artigo, o gesto de João Lourenço, correspondido por Adalberto, é sinónimo de que os angolanos, além de darem uma lição a África e ao Mundo, têm tudo para aplicar políticas que se coadunem com a realidade existente no País, em prol da paz, da estabilidade, da democracia e da harmonia nacional, para catapultar o desenvolvimento e o consequente bem-estar dos cidadãos, ou seja, de todo o povo angolano e de quantos escolheram Angola para viver e trabalhar.
Mas o Presidente da República não ficou por aí. Para maior alívio dos angolanos, a bem da democracia, fazendo jus à abertura demonstrada ao receber o líder da UNITA, na sexta-feira (07), recebeu também em audiência os líderes do PRS, Benedito Daniel; da FNLA, Nimi a Nsimbi e do PHA, Florbela Malaquias, partidos que obtiveram assentos parlamentares nas eleições gerais de Agosto último.
Nos respectivos encontros, cada um teve igualmente oportunidade de conversar com o Chefe de Estado e abordar questões no âmbito dos pontos de vista dos seus partidos.
É caso para dizer-se que, contra factos não há argumentos, e o povo angolano tem razões bastantes para estar aliviado e respirar melhor. Bem haja todos os políticos de boa vontade em nome da democracia.