Zungueiras não estão a pagar créditos concedidos pelo Banco Sol, OMA avisa que pode ‘fechar a torneira’
A falta de reembolsos dos micro-créditos concedidos às mulheres zungueiras, dentre outras, pode vir a condicionar novos créditos. O assunto já é do domínio das autoridades, mormente a organização feminina do MPLA - a OMA - que promete, junto do Banco Sol, redefinir estratégias.
Por: Lito Dias
O não reembolso das prestações referentes aos créditos que muitos empreendedores beneficiaram em alguns bancos comerciais é apontado como a principal condicionante para a cedência de novos financiamentos.
O Banco Sol não é um caso à parte, já que conta com muitas mulheres que receberam micro-créditos para puderem realizar vários projectos sociais e não o fizeram.
A Organização da Mulher Angolana (OMA), que de um tempo a esta parte vem servindo como avalista de muitas mulheres que aderem o projecto, fez saber que as devedoras já foram identificadas e aguardam por tal redefinição.
"O Banco quer negociar com essas mamães e diligências estão a ser feitas para chamar à atenção das beneficiadoras para que os micro-créditos atinjam mais pessoas", disse Joana Tomás, Secretária Nacional da OMA.
A responsável dirigiu uma palavra de conforto àquelas mamães com processos em andamento e que receberam a informação de que o micro-crédito está paralisado.
"O micro-crédito não vai deixar de existir; vai continuar. O que estamos a fazer é redefinir estratégias para puder então continuar a beneficiar mais mulheres", garantiu, precisando que a OMA é avalista, mas quem define sobre quem vai receber o micro-crédito é o Banco Sol.
Alguns membros da sociedade civil têm franzido os sobrolhos diante das modalidades de acesso ao aludido micro-crédito, sugerindo mesmo que apesar de ser de iniciativa da OMA, devia ser de responsabilidade do Ministério da Promoção da Mulher, para facilitar exercer pressão sobre as incumpridoras.
Nalguns casos, a iniciativa tem sido amplamente divulgada, apesar de ser considerada, por alguns, uma "manobra eleitoralista", já que os seus proponentes, não poucas vezes, aproveitam, na cedência do micro-crédito, mobilizar ao voto no partido de que a OMA faz parte.
Para eles, o facto de o referido crédito ter a chancela de uma organização partidária inibe a participação de organizações de outras formações políticas.