Sociedade espera por benefícios: Angola realiza 10.ª Cimeira dos Chefes de Estados e de Governo OEACP
Inicia esta sexta-feira, (9), em Luanda, a 10.ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), com encerramento previsto para sábado 10 de Dezembro
Por: NA MIRA DO CRIME
A cidade de Luanda foi escolhida para albergar, durante dois dias a 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), que vai decorrer sob o tema “3 Continentes, 3 Oceanos, 1 Destino Comum – Construir uma OEACP resiliente e sustentável”.
No evento, Angola deverá assumir a presidência da Organização por um período de três anos.
A OEACP foi criada em 1975 através do Acordo de Georgetown com o objectivo de olhar para o desenvolvimento sustentável e reduzir a pobreza nos países membros da Organização e conferir uma maior integração na economia mundial. Actualmente, comporta 79 Estados–membros, incluindo Angola, que ocupa o cargo de Secretário –Geral da Organização, função desempenhada, desde 2020, pelo embaixador Georges Chikoti.
Esta cimeira será a primeira a realizar-se depois da transformação do Grupo ACP em Organização Internacional, o que aumenta a responsabilidade de Angola para a afirmação deste novo estatuto.
O ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, coordenador do Grupo de Trabalho para a preparação, coordenação e organização da 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da OEACP, garantiu, recentemente, estarem criadas as condições necessárias para o país acolher a reunião dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico.
O chefe da diplomacia angolana prestou esta informação durante uma sessão especial do Bureau do Conselho de Ministros da OEACP, que decorreu à margem da 77.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Angola assumiu o compromisso de albergar a 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Organização de Estados de África, Caraíbas e Pacifico, num momento de viragem histórica para a organização, quando na Cimeira de Nairobi, em Dezembro de 2019, os países da Organização aprovaram a revisão do acordo de Georgetown, que elevou o perfil internacional da Organização.
“O lema 3 Continentes, 3 Oceanos, 1 Destino Comum: construir uma OEACP, resiliente e durável”, reflecte a importância que Angola atribuiu à necessidade do reforço do multilateralismo e do trabalho colectivo perante os múltiplos desafios, de vária ordem, a que o mundo está confrontado, apesar da dispersão geográfica dos 79 Estados-membros”, disse Téte António.
Recorde-se que o Executivo angolano divulgou recentemente a Logomarca e a página web da 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da OEACP, cuja apresentação foi feita durante uma reunião orientada pelo coordenador do grupo de trabalho, criado pelo Presidente da República, João Lourenço, para a preparação, coordenação e organização das tarefas relacionadas com as responsabilidades de Angola no evento.
A página web dispõe de informações sobre a Cimeira, o país e os Estados-membros da Organização. Na ocasião, o chefe da diplomacia angolana referiu que o objectivo do lançamento da página e da Logomarca é informar os cidadãos, empresários e empreendedores, bem como a sociedade civil e o público, em geral, sobre este compromisso assumido pelo Executivo.
A Cimeira poderá contar com uma participação massiva de representantes dos países da organização por revestir-se de um carácter histórico e por ser a primeira a ser realizada no formato de Organização de Estados.
Igualmente, conta-se com a participação de um grande número de convidados, provenientes dos 79 Estados-membros e de diversos rankings protocolares, desde Chefes de Estado e de Governo, directores das Agências das Nações Unidas e Instituições intergovernamentais, bancos regionais e outros parceiros da Organização.
Em termos materiais e financeiros, está calculado um volume logístico enorme, estando prevista a criação de oportunidades para os empresários, empreendedores e outros segmentos do mercado local.
Enquanto isso, o país já recebeu, em ocasiões anteriores, no quadro dos preparativos da cimeira, visitas dos secretários da organização, que se deslocaram ao território nacional para avaliar, entre outras coisas, o cumprimento do Acordo Sede (instrumento assinado quando se alberga uma reunião internacional).
A Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico, cujo Secretário-Geral é o embaixador angolano Georges Chikoti, é uma organização internacional, resultante da evolução do Grupo ACP, que congrega 79 Estados-membros oriundos de três continentes.
Angolanos esperam por benefícios
Nos últimos tempos, Angola tem merecido a confiança internacional na participação e realização de diversos eventos, esperando-se que, para além de honrar os compromissos, de contribuir para os objectivos organizacionais, regionais e mundiais, o Governo angolano tenha sempre presente a realidade do país, no seu todo, que enfrenta sérios problemas que precisam de resolução urgente.
A realização de uma cimeira deste calibre acarreta avultadíssimos gastos e, mais que elevar a vaidade de governantes e políticos, é preciso que haja retornos com benefícios para o país e, principalmente, para o seu povo!