Homem mata à pancada esposa grávida de sete meses
Uma jovem que em vida se chamou Fineza António Baissa, de 28 anos de idade, grávida de sete meses, residente por detrás da fábrica Textang II, Distrito Urbano 11 de Novembro, município do Cazenga, perdeu a vida após ter sido brutalmente espancado pelo marido, Joel António, no interior da sua residência, devido a um desentendimento entre o casal.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
Os factos narram que no passado dia 8 de Abril do ano em curso, por volta das 17 horas, o casal desentendeu-se pelo facto da vítima estar a exigir melhores condições de vida, ou seja, a mudança de residência alugada pelo casal, uma vez que se aproximava a data para dar a luz, conforme conta Eduardo Victor, tio da malograda.
"Ele bateu a menina no dia 6 de Abril e abandonou ela em casa as 3 horas da manhã, e por volta das 6 horas ligou para a irmã da falecida, dizendo que a esposa estava a sentir-se mal, a irmã quando chegou a casa encontrou ela sem forças e a lançar sangue pela boca", contou.
A Fina, como era tratada pelos mais próximos, chegou ainda a ser socorrida para uma unidade hospitalar, conforme declarações da sua irmã.
"Ela me explicou que o Teloy ( o marido) bateu-lhe muito, e como ele não estava bem procurei uma mota Kupapata e levei ela para os Cajueiro, e foi transferida directamente para a sala de cesariana; tiraram a bebé ainda com vida depois de 30 minutos a bebé foi declarada morta, e na madrugada de 9 de Abril a minha irmã acabou por falecer também”.
Segundo o Porta-voz do SIC-Luanda, Superintendente-Chefe de Investigação, Fernando de Carvalho, o acusado, cansado das exigências constantes da vítima, não conteve a ira, partindo para agressão.
"Desferiu vários golpes na região do tórax e do abdômen, mesmo sabendo que sua esposa se encontrava grávida de 7 meses, colocando-se em fuga a posterior", informou, acrescentando que, com todas evidências voltadas para acção criminal desencadeada pelo esposo, os operacionais do SIC-Cazenga, desdobraram-se em acções operativas que culminaram com a detenção do acusado, no passado dia 11 de Abril do ano em curso, tendo sido apresentado ao Ministério Público para trâmites subsequentes.
Uma das vizinhas, que testemunhou o desenrolar do desentendimento do casal, conta que a relação do casal não era saudável, e presenciou o desenrolar da discussão, tendo ainda pedido ao marido que atenuasse a situação, mas este, parece não ter ouvido os conselhos.
Por sua vez, conta a mesma, está a ser vítima de ameaças por parte dos familiares do criminoso.
"Estou a receber ligações por parte dos irmãos do agressor, a pedir que eu conte uma outra versão dos factos para que ele seja posto em liberdade, mas eu estou a contar apenas o que vi e nada mais", sublinhou.
O acusado, Joel António, nega as acusações que recaem sobre ele, alegando apenas ter tido uma forte discussão com a então esposa e em momento nenhum agrediu a companheira.
"Discutimos por causa da renda da casa, ela dizia que a casa não tinha condições para o nascimento do bebê e exigia dinheiro para compra do enxoval", adiantou.
"Peguei em Kz 10 mil e dei a ela, sai de casa e fui trabalhar; de regresso a casa, depois de dois dias de trabalho (trabalha numa Empresa de segurança), um amigo me alertou a não chegar em casa porque a Fineza morreu e estavam a minha procura, acusando que eu bati nela; eu juro que não bati e não sei nada sobre a morte dela", declarou.
As declarações do implicado, a que tudo indica, foram fortemente desmentidas pelo seu próprio filho, de apenas 4 anos de idade, que alega ter visto o pai a agredir a mãe.
A malograda, Fineza António Baissa, foi a enterrar domingo, 16, no cemitério municipal de Viana, deixa dois filhos menores de idade, fruto da relação com o acusado.