NOTA POSITIVA: Presidente da República chama Massano para Coordenar a “descoordenação” Económica
José de Lima Massano já está em funções como ministro de Estado para a Coordenação Económica, depois de ter sido empossado na manhã de sexta-feira (09), pelo Presidente da República, João Lourenço. A saída de Manuel Nunes Júnior peca por ser tardia, já que alertas pelo seu fraco desempenho nunca faltaram. Como “mais vale tarde do que nunca” a Nota é Positiva!
Por: Na Mira do Crime
Na cerimónia, em que marcaram presença, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, e membros da equipa económica do Executivo, o Chefe de Estado recomendou, especialmente, ao novo titular da Coordenação Económica do Governo, José de Lima Massano, a mobilização da banca para financiar mais a economia nacional, por ser um segmento muito importante para o desenvolvimento do país.
João Lourenço reconheceu que “a grande doença da nossa economia continua a ser ainda a forte dependência das receitas do petróleo”, alegando que “tudo mais depende da boa saúde da economia do país”.
O Presidente da República recomendou também aos membros do Executivo, maior celeridade no processo da diversificação da economia, alertando para a necessidade de o país produzir mais, fora do sector petrolífero, sendo importante transformar os inúmeros recursos minerais que o país possui e manufacturar um conjunto de bens que são essenciais para a vida das populações.
José de Lima Massano, até então governador do Banco Nacional de Angola (BNA) substituiu no cargo Manuel Nunes Júnior.
Desde o primeiro mandato do Presidente João Lourenço, que começou em 2017 que Manuel Nunes Júnior, foi bastante contestado em diversos círculos políticos, económicos e da sociedade em geral, culpando-o pelo caos económico em que ainda hoje se encontra o país.
Para atentos analistas, “Nunes Júnior está no Governo antes do Presidente João Lourenço e trabalhou com várias entidades, mas dele nunca houve uma previsão que deu certo e, pelo tempo que esteve à frente da comissão económica, desde 2010, alguma coisa positiva deveria ter sido feita”.
Os mesmos referem que a economia angolana está descontrolada porque “obedece” a uma série de “interesses obscuros” que ultrapassam os mais nobres anseios dos angolanos, tendo em conta as necessidades do país, muitas delas ultrapassáveis com visão estratégica, empenho, dedicação, trabalho de facto e menos teorias que não têm levado aos objectivos pretendidos.
Especialistas do sector consideram que as debilidades económicas em Angola vão permanecer se quem estiver à frente da coordenação económica do Governo, pelas razões descritas, não impor autoridade, definir linhas que levem ao trabalho, à prestação de contas e pôr fim às arbitrariedades que se assiste ao mais alto nível, principalmente no sector económico e financeiro angolano.
“O exemplo tem que ser dado em casa, temos que organizar a nossa casa, saber o que queremos, definir metas reais e necessárias, criar um sistema de fiscalização íntegro, actuante, que dê garantias que os objectivos preconizados serão alcançados”, aconselham.
Os analistas apontam determinados erros cometidos pelos governantes, que se não começarem a ser corrigidos com urgência, com vontade de fazer de facto para que possa acontecer, a penúria em Angola será maior nos próximos tempos.
Por exemplo, afirmam, “há muita produção de bens alimentares no país e só não é maior por falta de incentivos, por falta de maior atenção por parte dos governantes, tanto a nível central, como provincial e local, que criam e/ou permitem uma conjuntura que acaba por ser desfavorável ao país, resultando em fraquíssimos níveis de investimento”.
Um dos grandes empecilhos à produção nacional é a falta de acessos aos locais onde está o produto.
“O mau estado das estradas, a falta de reabilitação e mesmo de abertura de mais vias que cheguem até onde se faz agricultura, onde são produzidos os mais diversos bens alimentares e não só, para que possam ser evacuados para os centros urbanos, para os mercados das grandes cidades, acabando por apodrecer toneladas e toneladas de batata, mandioca, trigo, banana, entre outros, desmoraliza os produtores, sejam eles de grande, média ou pequena dimensão”, citam.
“Os decisores preferem importar tudo e mais alguma coisa por causa do velho vício da micha e esse é outro problema, quiçá dos mais graves, que estão a adiar o país”, sublinham.
Neste âmbito aconselham José de Lima Massano a afastar-se dos métodos do seu antecessor, que se terá acomodado na presidência e foi enganando o Chefe de Estado com falsas teorias, deixando prevalecer uma sucessão de casos de corrupção.
“Sendo conhecedor profundo do sector bancário e económico angolano, deve empenhar-se o suficiente para encontrar soluções para a resolução dos problemas da economia angolana”.
Para a melhoria da imagem do país junto dos investidores estrangeiros, aumentando o investimento no país e estimular o crescimento económico e a criação de empregos, as políticas e medidas da equipa económica do Governo têm que deixar de ser duvidosas e suscitar reservas junto do empresariado internacional, porque, em comparação com outros países africanos com perspectivas económicas mais favoráveis, Angola ainda não garante confiança.
Urge, pois, pôr termo às situações negativas que têm emperrado a marcha de economia angolana rumo a um patamar salutar, mas, para tal, tem que se acabar com o sistema de aproveitamento dos altos cargos do Estado para, em proveito próprio e de outros interesses alheios aos do Povo Angolano, prejudicar o erário e fazer com que a crise económica se arraste por muitos anos e continue a agravar as condições de vida dos cidadãos.
“Precisamos de resolver um conjunto de bens a contento não só da economia, como também, dos cidadãos que, de alguma forma, acabam por ficar afectados”, disse o Presidente da República, João Lourenço, a José de Lima Massano.
Recorde-se que José Massano tem mestrado em Gestão e Auditoria, pela City University de Londres. É licenciado em Economia, pela Universidade de Salford, Manchester, Inglaterra.
Antes da nomeação, ocorrida quinta-feira (o novo ministro de Estado para a Coordenação Económica, ocupava o cargo de Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), desde 7 de Dezembro de 2022 Entretanto, José de Lima Massano tinha já sido Governador do BNA entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2015.
Antes foi presidente da comissão executiva do Banco Africano de Investimento (BAI). Os olhos do Povo Angolano e não só estão sobre este homem, de quem se espera que faça a diferença e se empenhe de facto em prol da nação!