Jovem de 19 anos denuncia abusos sexuais do padrasto durante a sua infância, mãe escondeu toda barbaridade
Juvenal Tchipuila Eduardo, morador no bairro Senhora do Monte, é professor de farmacologia no colégio Esperança, localizado na cidade do Lubango, bairro Ferrovia, província da Huíla. O também militar das Forças Armadas Angolanas, prestando serviço no Hospital Militar da Huíla, está a ser acusado pela enteada, Mónica Patrícia, de 19 anos de idade, a ter abusado sexualmente quando esta tinha apenas 10 anos.
Por : Kihunga Bessa
Mónica Patrícia falou em exclusivo ao Na Mira do Crime, magoada, explicou que o padrasto é casado com Nilsa Jorgina Capamba, sua mãe.
Conta que tudo começou quando ela tinha apenas 9 anos de idade, altura em que o suposto pedófilo aproveitava se da ausência da esposa para abusar sexualmente a menor.
‘’Quando a mãe saía de casa, o meu padrasto obrigava-me a pôr a boca no seu órgão genital e chupar, ele ameaçava-me de morte caso contasse a alguém o que acontecia’’ revelou.
Segundo a jovem, aos 10 anos de idade ganhou coragem e contou tudo a sua avó materna, dona Lurdes, que vive justamente no mesmo bairro onde a pequena residia, mas esta preferiu omitir a situação, não alertando as autoridades.
No entanto, chamou atenção à filha sobre os abusos que o marido praticava com a criança.
Quando a mãe ficou a saber, foi contra a própria filha, defendendo o marido, tendo de seguida organizado uma sentada familiar, pedindo que ninguém denunciasse a situação às autoridades, para não estragar a sua felicidade.
Esta atitude da progenitora, conta Mónica, fez com que a mesma fugisse de casa em direcção a avó paterna, e se remetesse ao silêncio.
“Com passar dos anos eu apenas chorava e ninguém sabia porquê”, desabafou.
Passado o tempo, e agora com 19 anos de idade, com a consciência adulta, a jovem decidiu contar tudo ao seu pai e consequentemente responsabilizar criminalmente o padrasto.
O pai, que vive em Luanda, ligou a avó materna da filha pedindo explicação e mostrando desagrado por tudo que passou a filha. A ex-sogra, no entanto, e conforme áudio em posse do Na Mira do Crime da conversa mantida entre ambos, confirmou os factos e disse que tentou colocar o actual genro na cadeia, mas foi impedida pela filha.
No dia 21 do Julho, o pai da Mónica orientou a sua irmã residente no Lubango, que abrisse rapidamente uma participação a uma esquadra local.
No mesmo dia, a jovem Mónica e a tia, foram até ao piquete do SIC colocado no Comando Municipal do Lubango, onde foi aberta a competente queixa, instruída pelo investigador Jorge Inácio.
Morosidade no caso preocupa familiares
Quase um mês depois, e sem o número de processo em mãos, Mónica lamenta a morosidade no processo, e diz que se sente triste e enraivecida sempre que se depara com o padrasto a ‘vaguear’ pelas ruas da cidade.
Acusado de bico fechado, “só falo com o advogado”
O Na Mira do Crime contactou o acusado, Juvenal Tchipuila Eduardo, via telefónica na tentativa de ouvir o contraditório, no entanto, este disse que não pode se pronunciar, sob orientação do seu advogado.
Em seguida, contactamos o investigador do SIC, Jorge Inácio, responsável pela instrução do processo.
Inácio explicou que o processo continua, e pediu a presença da vítima no referido comando com maior brevidade, uma vez que o caso já está sob responsabilidade da Procuradoria-Geral da República.
O Na Mira do Crime está em cima do caso e vai continuar a acompanhar milimetricamente.