Malanje – Uma placa geradora de vida e riqueza que deve ser melhor aproveitada
Malanje é uma importante província, que apesar das suas enormes potencialidades, as suas populações vivem em pobreza, exclusão e com a negação das vontades e do sonho da maioria das suas gentes.
Por: Na Mira do Crime
Indiscutivelmente, Malanje é uma das províncias mais ricas do país do ponto de vista das suas potencialidades. Ela tem tudo: desde os subsolos recheados de minérios valiosos, solos aráveis, rios, riachos, lagoas, bom clima e belas paisagens, ou seja, do ponto de vista estrutural e estratégico esta província está completa e é uma verdadeira placa geradora de vida e riqueza.
Do ponto de vista humano, a província de Malanje tem povo extraordinário, simpático, humilde, acolhedor e trabalhador.
A província de Malanje possui solos aráveis, o cultivo de todo o tipo de produtos, desde a mandioca ao feijão, batata-doce, batata-rena, cana-de-açúcar, algodão, sisal, milho, ginguba, arroz e toda a espécie de animais adaptam-se perfeitamente, o que a qualifica para estar na vanguarda da diversificação da economia e da empregabilidade.
A província de Malanje proporciona um clima extraordinário e possui uma paisagem invejável e propícia ao desenvolvimento da actividade turística, para através da beleza exuberante do Morro do Xandel na Baixa de Cassange, as Pedras do Pungo-a-Andongo no município de Cacuso, as Quedas de Kalandula no município com o mesmo nome, o Parque de Kangandala com a sua inédita Palanca Negra Gigante, entre outros.
A província de Malanje possui água em abundância com garantia da vida e produção de riqueza com a prática da agricultura permanente, isto é, durante todo o ano, a instalação de parques industriais para a transformação de produtos, a produção de peixe através da aquicultura, a criação de aviários para produção de aves, etc; etc.
Igualmente tem a bênção de possuir o rio Cuanza que a percorre numa boa extensão do território, além de constituir um grande e portentoso recurso fluvial estratégico. Por isso, as barragens de Capanda e Laúca deveriam produzir energia suficiente para abastecer e potenciar a província e o país no que diz respeito à mecanização agrícola e produção industrial.
Pelas potencialidades que possui, Malanje tem tudo, mas absolutamente tudo, para que o seu povo jamais se sujeitasse a passar por necessidades extremas ou emigrar para o deserto de outras cidades. Aliás, o processo inverso seria o mais lógico.
Na presente conjuntura é preciso criar políticas que visem estimular e potenciar a produção da mandioca em grande escala e proporcionar condições para sua transformação em vários segmentos de produtos como: o bombó, a fuba e a farinha de mandioca, vulgo “farinha do musseque”.
A mandioca de Malanje possui características de elevada qualidade e grau nutritivo em calorias que a distinguem como uma das melhores do país e, quiçá, do mundo, a julgar pelos gostos e sabor do bombó assado ou frito, do funji e da farinha do musseque produzidos nos municípios do Quela, Caculama, Kangandala, Cacuso e Kalandula.
Falar da produção agrícola de Malanje é também falar da famosa batata-doce do Cacuso; da saborosa batata rena do Quota, do Lombe e de Kalandula. Enfim, de modo geral, a província é muito forte no sector agro-pecúario em toda a sua extensão territorial, o que faz com que a sua população transborde de orgulho e tenha esperança num futuro melhor.
A este propósito, Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA refere que “o Estado angolano deve dedicar uma atenção especial ao povo de Malanje, potenciando-o a participar no processo de construção, produção e criação da riqueza necessária ao desenvolvimento da província e ao bem-estar das famílias, através de empoderamento económico e por via da concessão de créditos bonificados”.
“É preciso direccionar e apoiar os empresários locais para que em parceria com os investidores estrangeiros, alavanquem todas as potencialidades agropecúarias e industriais que a província possui. Há que aproveitar as potencialidades e dedicar maior atenção a esta terra, estimulando e sensibilizando o empresariado nacional, bem como as famílias no sentido da criação de várias espécies de animais para transformar a província no maior centro de produção de carnes, produtos de charcutaria e lacticínios”, assinalou Adalberto.
Ainda de acordo com a sua visão, o empresariado nacional e as famílias em geral também podem ser sensibilizados a ver a província de Malanje como um “hub” para a criação de várias espécies de aves para produção de ovos e carnes de galinha, pato, perú, etc, aproveitando desse modo, as potencialidades do clima e a água abundante dos rios Kwanza, Lui, Kuigi, entre outros.
“A produção cafeícola em Malanje também oferece oportunidades para o empresariado local. Há que trabalhar no sentido de se resgatar e dinamizar a produção de algodão e potenciar a indústria têxtil no âmbito local, de modo evitar-se a emigração dos jovens à procura de empregos noutras paragens”, disse o líder da UNITA.