Camponeses e Serviço de Inteligência disputam terreno no município de Belas
Camponeses do bairro sossego, município de Belas continuam a fazer frente aos Serviços de Inteligência do Estado (SIE) devido a um terreno cujo litígio já se arrasta há 08 anos.
Segundo os lesados, no caso os camponeses, tudo começou em 2010, quando foram erguidas as instalações da academia do SIE e o Centro de Reprodução de Bilhetes, num terreno ocupado por agricultores, que na ocasião terão sido indemnizados de forma simbólica.
Os que se encontravam fora do perímetro das obras, continuaram a residir aí e a praticar a agricultura.
Só que, em 2013, houve a necessidade de se ampliar as obras da academia; o que implicou reunir os camponeses para serem informados sobre o projecto e tranquilizando--os que seriam indemnizados.
Foram cadastrados, facultaram as coordenadas bancárias e croquis de localização a fim de receberam o tão esperado dinheiro.
Na prática, não passou disso mesmo. Volvidos 08 anos, os camponeses, quase na totalidade de terceira idade, continuam de braços cruzados, já sem muitas soluções.
As sucessivas reuniões realizadas não produziram nada que invertesse o quadro e hoje o desespero tomou conta dos 50 camponeses que vêem os seus terrenos a serem transformados em grandes condomínios.
As anciãs Maria Bartolomeu, Lucinda Ngongo e Teresa Cambongue que eram ainda jovens quando chegaram ao bairro sossego/kinguela dizem que a maioria dos habitantes do bairro já não fazem parte do mundo dos vivos, os outros, os mais jovens, abandonaram-no.
"Nós não temos para onde ir; os nossos filhos nasceram aqui, os nossos netos nasceram também aqui há 30 anos...", queixam-se, augurando que o Estado intervenha para indemniza-los.
Os camponeses apontaram os nomes de alguns funcionários do SIE que acompanham a situação e que prometeram que tudo fariam para resolver o diferendo.
Elsa, uma funcionária do SIE, interrogada pelo NA MIRA DO CRIME, sobre o caso, respondeu categoricamente que não tinha nada a dizer.
Os camponeses dizem que a administração municipal os abandonou e nem pretende interferir no caso.
"A Administração alegou que esta situação deve ser resolvida mesmo pelo SIE", acusam.