REDES SOCIAIS: Ministra da Saúde alvo de injúria, difamação e calúnia
Uma notícia divulgada pela Rádio Despertar (RD) dá conta que cinco cidadãos provenientes da província de Cabinda estão detidos em Luanda, por tentativa de extorsão contra actual ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, em troca de não publicação de imagens comprometedoras da governante, que teria, supostamente, trocado com elementos desconhecidos nas redes sociais.
Por: Matias Miguel
Depois do alarido que a situação causou nas redes sociais, sem no entanto haver alguma prova, o NA MIRA DO CRIME arregaçou às mangas e foi ao terreno para saber mais sobre o caso.
Na tarde desta quinta-feira, 01, reunimos com familiares de detidos levados de Cabinda por efectivos da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), arrolados em crime de Coação, Burla Qualificada e Associação Criminosa, decorrentes dos processos-crimes nºs: 2503/21-MP e 2095/21-VS, conforme publicado NESTE JORNAL (NA MIRA DO CRIME) no dia 5 de Julho do corrente ano clicar em: (https://www.namiradocrime.info/show/6219)
O grupo de cidadãos detidos, num número de 13, todos em Cabinda, estava enraizado em várias partes do país, e burlavam cidadãos através das redes sociais de forma premeditada.
Estes elementos tinham alvos definidos e se fazia passar por figuras do aparelho do Estado e assim prometiam emprego e outros bens, burlando dezenas de pessoas.
Familiares dos detidos desconhecem envolvimento da ministra
Falando em exclusivo ao NA MIRA DO CRIME (sob anonimato), quatros senhoras mãe de jovens detidos no referido processo, lamentaram o sucedido e pedem esclarecimento por parte das autoridades.
“Tenho dois filhos e um sobrinho todos detidos no mês de Julho, por volta das 09 horas, quando circulavam no Campo do Amilcar, em Cabinda”, explicou uma das entrevistadas, acrescentando que, de lá para cá, a única informação que recebeu até agora por parte das autoridades é que os mesmos foram detidos por burla.
“Eles ficaram duas semanas detidos em Cabinda, e depois foram transferidos para Luanda, onde ficaram, primeiro, detidos nas celas da DIIP, no município de Cacuaco, Distrito Urbano do Sequele, durante 20 dias, e depois transferidos para a Comarca de Viana”.
A mãe de um outro rapaz disse a nossa equipa de reportagem que tem um filho e um primo nas mesmas condições.
“Eu soube da detenção através da televisão, disseram apenas que são burladores, quanto ao envolvimento do nome da senhora ministra da Saúde, estou a ouvir aqui em Luanda, eu não sei nada disso, nunca vi vídeo algum nem sequer imagens”, disse.
De acordo com a senhora, o que a deixa preocupada é a forma como as autoridades estão a tratar o caso, e questiona por quê os jovens foram transferidos de Cabinda para Luanda.
“Em Cabinda não há cadeia? Não há justiça?”, questionou.
Quem são os detidos?
Numa investigação paralela, este jornal tomou conhecimento do nome de pelo menos 8 dos 13 detidos.
Com idades entre 19 e 29 anos de idade, estão na Comarca de Viana os jovens Pedro sebastião Gomes, Tiago Gabriel Cruz, Daniel Futy Paca, Gerson Jorge Gomes Zezé, Pedro Sebastião Zuze, Alfredo Mabiala, Suami Zambi e António Dudas Jacinto.
DIIP desconhece envolvimento da ministra no caso
Este jornal sabe que, o processo número 2503/21- MP está a cargo do investigador Alcides Mateus.
Contactado pelo NMC, o porta-voz da (DIIP) da Polícia Nacional, inspector-chefe Quintino Ferreira, confirmou a detenção dos acusados, mas desconhece como foi envolvido o nome da ministra da Saúde neste caso.
“Estes jovens foram detidos e apresentados à Imprensa no mês de Julho, por crime de burla qualificada”, sentenciou.
Família paga sofrimento dos reclusos
O NA MIRA DO CRIME quis saber juntos das famílias saídas de Cabinda para Luanda, como tem disso o dia-a-dia na capital do país-
Segundo as entrevistadas, pagam a mesma moeda dos filhos encarcerados, uma vez que, para além da falta de informação, vai faltando mantimento para alimentar os presos.
“Estou em casa de uma amiga há já dois meses, todos os recursos que tinha esgotaram-se, entre os meninos presos há quem não tem família aqui em Luanda para sustentá-los, é o caso do António Dudas Jacinto, de 19 anos o menor do grupo”, lamentaram.
Ministra gere situação em silêncio
A nossa equipa de reportagem tentou ouvir a versão da ministra, por telefone, mas não fomos bem-sucedidos. Uma fonte próximo a governante disse apenas que tudo não passa de especulação. ”A informação é falsa, e nem merece comentários”.
Nas redes sociais, várias pessoas mostram-se solidárias com Sílvia Lutucuta, e vão publicando imagens de apoio.