100 PT's irregulares - ENDE acusada de demitir técnicos que denunciaram sobrefacturações na empresa
A direcção da Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) está a ser acusada de demitir funcionários que denunciaram a existência de irregularidades na empresa, sobretudo negócios ilícitos levados a cabo pelos responsáveis. Os afectados pela medida prometem levar o caso até às últimas consequências.
Por: Kiamukula Kanuma
Os três técnicos demitidos terão tocado nas empresas consideradas "galinhas de ovos de ouro" dos directores da ENDE.
Euclides Simões Castro e Job Gonçalves Peso, funcionários da ENDE com 9 anos de casa, o 1º Secretário do CD Viana, Membro da Comissão Sindical Luanda-Bengo e o Electricista de média tensão (técnico superior com 20 anos de casa), 2º Secretário da Comissão Sindical e Romão que é técnico da PRODEL respectivamente, foram demitidos supostamente por detectarem e corrigirem subrefacturações e pagamentos directos para as contas dos directores.
De acordo com Euclide Castro e Job Peso, "a ENDE deu por extinto o vínculo laboral no dia 17 de Março, quando foram chamados no Gabinete Jurídico para assinar uma medida disciplinar desvinculativa sem aviso prévio. "Foi aí que tomamos conhecimento do resultado de um processo disciplinar desvinculativo forjado, isso porque tocamos nas empresas consideradas de 'ovos de ouro' dos directores", acusou.
Eles consideram que foram despedidos injustamente e à margem da Lei. "Trata-se de retaliação por reivindicarmos os nossos direitos numa greve legal, onde fomos vitoriosos pelo Tribunal Cível", acreditam, referindo que a partir daquela data ficaram conotados pela direcção da empresa.
Eles consideram que, sendo sindicalistas, exerceram o seu papel de vistoria nos contratos celebrados com as empresas e não só.
"De um tempo a esta parte, vimos fazendo um trabalho de vistoria nos PT,s irregulares desde 2019, onde apuramos serem mais de 100 em todo país, cujos donos são os directores e pessoal sénior da ENDE. Até aqui, não vimos pecado algum, mas o facto de sobrefaturarem em prejuízo do Estado em milhares de Kwanzas, já constitui crime", esclareceu.
Pedro Leal é o testa de ferro Jacob Peso disse ainda que Pedro Sérgio Leal, Chefe de Divisão da ENDE/ Viana é o testa de ferro de Hélder de Jesus Garcia Adão (PCA), por esse facto, sente-se detentor de alguma supremacia entre os colegas e até já os ameaça.
Indústrias e condomínios com potências adulterados Peso revelou ainda que a direcção da ENDE age como árbitro e jogador ao mesmo tempo. Ou seja, celebra contractos de PT,s com potências alta, mas, na realidade, coloca números ínfimos. "Onde um cliente deveria pagar mais de dois milhões, paga apenas 386 mil/ mês; é o caso da empresa H.H.T. Internacional (SU)PT, fábrica de mobiliário/parceiro nº 2000017925 (Resort) localizado no Km 44,60, Viana, com potência de 400 KVA", denuncia, salientando que ai o contrato no papel regista apenas 160 KVA, desde 2018 até à data presente.
"É óbvio que eles vão la buscar o remanescente que colocam nos seus bolsos, ainda assim a mesma empresa contraiu uma dívida de mais de seis milhões de Kwanzas aos cofres do Estado", referiu.
Condomínio Girassol é a "lavra de Hélder Adão PCA da ENDE.
Segundo a nossa fonte, os técnicos da ENDE do (DCMAT) estão proibidos de pôr os pés naquele condomínio que deve aos cofres do Estado mais de 200 milhões de Kwanzas.
O condomínio Kissanguluka é privado e o único com o Projecto da ENDE, com o pacote que foi concedido apenas para a população; é um Projecto LCC do Estado, foi electrificado pelo Estado por conta de Sérgio Leal em troca de bens.
Pirmeplast Lda PT, Zona do PVI.s/n - Viana, Indústria com uma potência de 2 mil KVA, paga apenas 284 mil Kwanzas/ mês ao Estado, quando deveria pagar em função da potência, acima de cinco milhões de Kwanzas mês. Hoje, tem uma dívida de mais de 7 milhões de Kwanzas.
"Organizações Tchiandele.Com.Ger, Lda, localizada no Kikuxi Viana, parceiro nº 2001170094, com 250 KVA pagava ao Estado apenas 85 mil Kwanzas desde Fevereiro de 2022, mas face à nossa autuação passou a pagar 916 mil Kwanzas mês desde Abril corrente", descortinou a fonte, acrescentando que as Organizações Cana Cassassa Lda, parceiro nº 2001027948, fábrica de Whisky, localizada no Bom Jesus, com potência de 1000 KVA, paga apenas 94 mil Kwanzas por mês ao Estado, mas ainda deve 26 milhões , quando deveria pagar mais de 5 milhões de Kwanzas mês, disse.
Alfaiatarias são entradas de acordo Job Peso, o cliente de baixa tensão com potência inferior, mas com pagamentos elevados, por não ter padrinho na cozinha é a Alfaiataria e Salão de beleza Dombele, localizado na Vila de Viana com 13 KVA, pagando ao Estado 94 mil Kwanzas mês.
"A qui reside a pura injustiça", observou.