Assassinado por colegas? - Morte de Penelas despoleta suspeitas de envolvimento da bófia
A morte do empresário Sebastião Maria de Sousa Penelas, dadas as circunstâncias em que ocorreu, vai fazer correr muita tinta, pois traz à luz elementos que, por si só, vão envolver personalidades ligadas à bófia e levar a acreditar que se tratou de uma execução mal ensaiada.
Por: Lito Dias
Penelas foi um funcionário sénior do Serviço de Inteligência Externa (SIE), que, segundo a nossa fonte, terá sido alvo de uma cabala e perseguição interna.
Apesar de ser reformado, foi chamado pelo actual Director Geral do SIE, Embaixador Bertino Matondo (BM) para assumir a cadeira máxima (PCA) da PROJEM Empreendimentos e Participações, por alegada orientação superior.
A PROJEM é uma empresa de fachada dedicada a operações financeiras do Serviço de Inteligência de Angola, que movimenta milhões de dólares "injustificáveis", tendo tais operações realizadas em Cabo Verde, Moçambique, África do Sul, Portugal e Angola, com vários hotéis, casas de câmbio, Imóveis e resorts.
Nesse negócio, refere a fonte, havia necessidade de se calar a boca de Penelas, por isso foi afastado várias vezes na era da actual chefia da secreta, pois configurou hábito, no SIE, manter quadros com competência o mais distante possível de quem governa.
Terá sido por isso que, como castigo, foi enviado para a República Democrática do Congo como "Oficial de Inteligência Fechado", quando já era conhecido naquele país como "Oficial de Inteligência Aberto", visto que chefiou a Divisão de Cooperação e Intercâmbio.
O seu patriotismo falou mais alto ao aceitar a última missão que claramente foi para "cegar" a opinião pública de que havia boas relações entre a vítima e a chefia da secreta que sempre gostou de mediatização nas suas acções, conforme se viu no caso Lussaty e tantos outros na mídia estatal, refere a fonte.
Para se ter uma ideia dessa mediatização, a nossa fonte aponta o facto da TPA ter dado muitos minutos de antena para o desaparecimento de um simples cidadão, numa altura em que havia vários cidadãos desaparecidos e nunca mereceram este tratamento na mídia pública.
Outra estratégia é dividir os actores. "É preciso unir os pontos", adverte a fonte, lembrando que na morte do ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos, Ana Paula foi usada para gerar conflito no seio da família.
"O mesmo volta a suceder, com a mulher de Sebastião Penelas que foi instrumentalizada pela bófia para falar mal do seu marido, imputando-lhe mentiras que chocaram os seus familiares directos”.
Para a nossa fonte, não faz sentido um oficial sénior da Segurança de Estado, detentor de vários segredos de Estado, desaparecer por quase 15 dias e reaparecer morto com os seus pertences pessoais intactos na viatura sem nenhuma explicação do crime.
"Assistimos tanto tempo de antena na TPA aquando do desaparecimento, e nem sequer um minuto de antena vimos após o aparecimento do corpo", indicou a fonte que acusa peremptoriamente a bófia de ter silenciado Penelas.
A fonte lembra ainda que uma semana antes do desaparecimento de Penelas, consumou-se a exoneração de alguns Directores no SIE, para nomeação de outros com pouca experiência e conhecimento técnico, com realce das Direcções de Fiscalização e de Contra-inteligência, de formas a "amputar qualquer tentativa de investigações profundas".
A autópsia revela que Penelas foi torturado e morto uma semana após o seu desaparecimento
Para a nossa fonte, se o SIE e SINSE se aplicassem a fundo, teriam encontrado o seu colega mais cedo, visto que ele estava em cativeiro.
Muitos elementos virão à ribalta nos próximos dias, garante a nossa fonte que assevera haver indícios de que o empresário Penelas tenha sido vítima de uma cabala.